Fui educada numa família
profundamente católica, mas assim que comecei a ser independente deixei de ir à
missa ao domingo e a baldar-me a todas as questões e actividades religiosas.
Não rezo todas as noites, mas peço a Deus ajuda e agradeço momentos especiais.
Não consegui casar pela igreja – numa questão complicada e de embirranço com o
padre que se recusou a ir-nos fazer o casamento campal, na quinta do meu pai,
debaixo do caramanchão cheio de rosas plantadas pelo meu pai para a ocasião, a
1 minuto da capela, para a qual o meu pai e demais habitantes da aldeia tinham contribuído quando foram as remodelações, porque o padre, quase centenário,
embirou que o casamento tinha de ser na igreja e não houve nanem apelos, nem pedidos, nem carta ao
Bispo, que a minha mãe escreveu, que nos ajudasse porque depende do padre da
paróquia local e uns deixam celebrar os casamentos ao ar livre e outros
recusam-se. O nosso recusou e teve de ser pelo civil, para enorme desgosto da
minha mãe e avós, mas fizemos o casamento como eu e o meu marido tínhamos sonhado,
- mas ainda o quero fazer com este homem que escolhi para companheiro e pai dos
meus filhos (pena já não ter cá o meu pai e o meu avô para festejarem connosco),
mas baptizei os meus filhos nos primeiros meses de vida. Acredito em Deus, mas
pratico pouco. Há padres que afastam, que repelem, que querem uma igreja
distante. Claro, que, felizmente, há padres maravilhosos que abraçam e que aproximam,
como é o caso do padre Alberto que baptizou um dos meus sobrinhos e o meu filho
Afonso. E que, provavelmente, nos casará se o nosso sonho de casar pela igreja
se concretizar…
Ao contrário de mim, a minha mãe
é uma mulher de fé, é muito devota e nunca deita os meus filhos sem rezarem
primeiro. É ela que os ensina a rezar. É uma coisa deles. Esta noite a minha
mãe ficou lá em casa e o meu filho mas velho relembrou as orações. De manhã o
mais velho pediu-me uma tattoo do homem aranha. Fizemos a tattoo. E quando
vestíamos o casaco com cuidado, eu disse: vamos rezar para que não estrague a
tatuagem. Mas disse-o como expressão e não com o sentido literal de irmos
rezar. A tatuagem não se estragou e diz o meu filho, radiante: ainda bem que
rezámos, mãe! E eu sorri-lhe… E as orações da avó ganharam força extra a
protegerem o homem aranha acabado de tatuar.
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