Hoje, cansada e com contrações, e a querer ir ao hospital para ser observada, chego à escola dos meus filhos e o mais velho pede logo para irmos à Toys r Us. É que o F. também tinha ido e tinha comprado mais bonecos da Lego. Expliquei-lhe que não havia motivo nenhum para irmos comprar um presente. Ele não fazia anos nem tinha acontecido nada especial que motivasse esse "brinde" extra. Rapidamente uma súplica transformou-se num lamúrio que rapidamente deu lugar a um choro tristíssimo. Tentei explicar o que ele já sabe, qual é a nossa posição em relação aos presentes, mas ouvia sempre um "mas o F. tem ido todos os dias (aqui dou um desconto ao todos os dias) comprar Legos, e eu não..." E expliquei-lhe, mais uma vez, que cada pai e cada família é que sabe como educar o seu filho, e que lá por o pai de um amigo lhe comprar um presente não quer dizer que ele também tenha de receber um. Queria usar o dinheiro do mealheiro, para não gastar o meu, mas eu disse-lhe que não era só uma questão de dinheiro, apesar dele saber que eu e o pai trabalhamos muito para que nada lhe falte, a ele e aos manos. Expliquei-lhe, mais uma vez, que para mim e para o pai os presentes são marcar dias especiais como o aniversário e o Natal, e ainda uma ou outra ocasião em que ele mereça esse mimo extra, como ser muito valente numa vacina. Nada o convencia, e as lágrimas escorriam-lhe pelo rosto. Estava zangado comigo. E não houve nada que eu dissesse que o fizesse mudar de ideias. E também me doeu na alma... E ele dizia, lavado em lágrimas, não em birra, mas em tristeza profunda: compramos um lego baratinho, só para eu ficar mais feliz... E era tão mais fácil ter-lhe comprado o lego ( nem era preciso ir à loja porque tenho alguns em casa, quando mandamos vir da Lego online mandamos sempre vir mais por uma questão de economia de portes e para situações especiais e inesperadas) e ser a melhor mãe do mundo instantânea, mas não o estaria a educar. Não podemos ter tudo o que queremos. É uma frustração, eu sei, mas quanto mais cedo ele aprender isso e aprender a lidar com a frustração, melhor para ele.
Fizeste bem, claro. Ser pai também é explicar-lhes que por vezes as coisas não são como nós queremos!
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