Estou em choque desde sábado com as notícias. Eu e todos. Já tudo foi dito e escrito. Não há palavras. Um bombeiro dizia ontem que encontraram cadáveres de mães com os filhos ao colo, abraçadas a eles, tentando protegê-los, consolando-os... Que tragédia, que dor... Ontem o fogo chegou perto da terra dos meus avós, perto da Sertã... Nos verões da minha infância, passados no campo, perto da Sertã com os meus avós maternos, ou no distrito da Guarda, na terra paterna, e em Agosto havia sempre incêndios... Lembro-me de ver os clarões vermelhos à noite, ao longe, lembro-me de ouvir o sino da aldeia a rebate, lembro-me de ter medo... Lembro-me de uma vez, com a ajuda dos bombeiros, passarmos por uma estrada rodeados pelo fogo... Mas não me lembro de uma tragédia desta dimensão, porque nunca aconteceu. Tenho o coração apertado.
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