No outro dia, à saída do jardim de infância, o meu filho de 6 anos quis acompanhar um grande amigo que ia com a avó à papelaria comprar um daqueles bonecos de uma coleção qualquer que ele adora e avó lhe compra. Eu avisei logo que não ia comprar nada, ele já sabia. Ele argumentou que ia só fazer companhia e ver. Aceitei. Eu fui com eles. Chegamos à papelaria e claro que o meu filho pega logo num dos sacos e olha para mim. Eu respondo que ele já sabe que não compro coleções, que não encho a casa de tralha e que não gasto dinheiro naquelas coisas. Que por mais que ele gostasse não podia ter tudo o que queria, tal como eu não compro tudo o que gosto. E o assunto ficou ali, encerrado, tranquilamente. Ele já sabia a minha resposta, mas como criança que é, óbvio que tentou a sorte dele. A avó do amigo ainda me disse, baixinho: não quer que eu lhe ofereça, pois não? Eu sorri e disse que não, obrigada, não era uma questão de dinheiro. O meu filho pousa o pacote com o brinquedo e continua na dele a ver o resto das coisas: olha este slime super fixe? Depois entretém-se com o brinde do amigo. A avó do amigo diz-me que eu tenho muita sorte em ter um filho calmo que aceita o não e não faz uma grande birra. Eu disse-lhe que não era sorte... havia muito trabalho ali. Ensinei-o, a ele e aos irmãos, que não compro coisas por comprar, coisas plásticas que só vão ocupar espaço e que em 5 minutos são postas de lado. Para quê? Só pelo gosto de comprar? Não. E eles já sabem. E também já sabem que podem fazer birra, mas que eu não me comovo. À saída o meu filho olha encantado para um jornal desportivo, que tinha na capa o Benfica: e eu prometi-lhe que quando ele começar a aprender a ler eu lhe compro jornais desportivos para ele treinar e ler as notícias do seu clube! Ficou radiante! Um dos valores que lhes quero transmitir é que não devemos ser consumistas, não devemos comprar por comprar. Há que dar valor às coisas.
Quando os nsosos filhos são bem comportados toda a gente acha que é sorte, mas a verdade é que há muito trabalho por trás, que ninguem vê.
ResponderEliminar