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Saudades do bivô

A minha avó veio jantar connosco. Como o Maridão chegou cedo jantámos logo e saímos para comer um gelado antes de ir levar a minha avó de volta a casa. A caminho de casa da minha avó:
Filho de 3 anos: vamos onde?
Mãe: levar a bivó a casa.
Filho de 3 anos: (triste) a bivó fica sozinha?
Mãe: fica, filho...
Eu ia apertada atrás entre as duas cadeiras, mas comecei a ficar com o coração e a garganta apertados pois já imaginava onde ia parar a conversa.
Filho: o bivô está nas estrelas, mas eu quero que ele volte. Ele volta, mãe?
Mãe contém as lágrimas: não, filho, não volta
Filho: mas eu tenho tantas saudades...
Mãe começa a chorar. O filho também.
Filho: o bivô era tão querido. Gostava muito dele...
Mãe: eu também...

E a conversa continuou. A minha avó, mulher de força e de coragem, com os seus invejáveis 90 anos deve ter-se lavado em lágrimas quando chegou a casa. E eu e o meu filho falámos da morte. E ele perguntou coisas como: as pessoas quando morrem ficam deitadinhas quietas e não se mexem mais? Eu quero que o bivô volte. Eu não o consigo ver no céu...  Todas as pessoas velhinhas morrem? Eu quero que o bivô volte novo e sem estar doente...

Mãe: as pessoas quando estão doentes e velhinhas morrem para nascerem outras.
Filho: mas eu não quero um bivô novo. Quero o meu...

Um beijo, querido avô... Quero mesmo acreditar que estás no céu a olhar por nós como disse ao meu filho.



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