Por mim e pelo meu marido, este seria já o procedimento natural. Ele está no 6º ano, é responsável, cuidadoso e tem que começar a ser independente e a andar sozinho. Começámos a treinar com ele a vir da escola de guitarra a pé, que fica a 800m de casa, em linha reta, às 18h, ainda de dia, e hoje foi a vez de vir da escola, a pé, nunca percurso que não chega a 2km. Fez metade do caminho com amigos e depois separaram-se. Ele não está muito entusiasmado com a ideia de começar a deslocar-se sozinho, a pé, de bicicleta sempre por ciclovia, ou de autocarro, de porta a porta, com apenas 2 paragens... Sabe-lhe bem o conforto do uber mãe, mas está na hora de o empurrar um pouco para fora do ninho. Se escolhemos esta zona em bairro com escolas - desde JI à secundária, oferta de atividades desportivas, culturais e musicais, com parques infantis e campos de futebol, restaurantes, jardins, ciclovias, autocarros e metro, e muitos amigos a morar na freguesia foi exatamente para não estarmos desterrados, para não perdermos tempo em filas de trânsito e para termos todos os serviços à porta e eles irem ganhando independência. A casa é muito pequena, mas viver em ambiente de bairro, que chega quase a ser uma aldeia dentro de Lisboa, é um privilégio e um convite à independência das crianças, que andam pelo bairro à vontade e onde todos os conhecem, desde o farmacêutico, ao senhor do talho, passando pela menina que me faz a manicura, à empregada do café, aos funcionários do mini mercado, as vizinhas velhotas que passeiam o cão... é um privilégio, sim, e quando temos amigas assim especiais que mudam para perto de nós, fica tudo ainda melhor.
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