Quando a minha mãe me ligou a meio da tarde, apavorada por causa do granizo e sem saber como ia buscar a pé o meu filho à creche eu pensei que ela estava a exagerar. Eu estava fechada desde manhã numa reunião, interrompida apenas para ver a chegada de Kate à Abadia, e não fazia ideia de que o mundo estava a desabar em Benfica. Tentava despachar a minha reunião de trabalho para ir com o meu maridão usufruir de uma bela massagem a dois que o nosso filho nos tinha oferecido no Natal e que ainda não tínhamos tido oportunidade de gozar. Só quando o meu marido me ligou a dizer que não dava para ir buscar o A. à minha mãe porque não se entrava em Benfica por causa das estradas cortadas pelo gelo é que eu comecei a pensar que a minha mãe talvez não tivesse exagerado. Lá me enfiei num comboio sobre lotado porque havia greve e tinha caído uma cantenária. na linha. Finalmente, e depois de muita correria, lá nos enfiámos num jacuzzi antes de sucumbirmos à maravilha de uma massagem. Soube bem, muito bem, e no fim um cansaço e uma vontade de dormir apoderou-se de nós. Antes de regressarmos a casa fomos buscar o nosso filhote e qual não foi o meu espanto quando vi que ainda havia enormes blocos de gelo em algumas zonas de Benfica, já para não falhar das milhares de folhas que caíram das árvores ao serem sacudidas por pedregulhos de granizo. Uns minutos depois de chegarmos a casa e de deitarmos o A. começa a chover e a trovejar de uma maneira que parecia que o nosso prédio vinha a baixo. Não sei como é que o meu piolho não acordou. Caímos os três redondos na cama até hoje de manhã, mas eu sonhei com inundações, carros a serem arrastados e parece que me fartei de falar e dizer não e túneis.
Comentários
Enviar um comentário
Gosto de saber o que as outras vidas têm a dizer sobre isto!