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Terrores nocturnos



Há duas noites que o Afonso acorda por volat da uma e meia da manhã a chorar por mim, aos gritos, e a pedir colo. Quando o tento acalmar na cama, não consigo que ele pegue outra vez no sono e grita sem parar. Pego-lhe aio colo e ele agarra-se a mim com uma força, como se estivéssemos à beira de um precipício e ele não quisesse cair. Acalmo-o ao colo e tento deitá-lo de novo na caminha dele, mas ele está colocado a mim. É impressionante a força com que se agarra. Levo-o para a minha cama e ele adormece em cima de mim, agarrado a mim. Grudado, mesmo. Só quando adormece profundamente é que se vai soltando e fica a dormir no topo da cama nas nossas cabeças. E hoje à noite apanhámos um susto porque ele com os pés atirou os livros que eu tenho em cima das prateleiras mesa-de-cabeceira. O meu marido deu um salto porque achava que tinha sido o filhote a cair, mas não. Foram só os livros. Ele mexe-se muito e as noites com ele na cama são agitadas. Mas ele está mesmo com medos e pesadelos, e não há nada que o tranquilize mais como a cama dos pais. Quando passar esta fase, logo volta a dormir todas as noites na cama dele, como sempre fez. É uma fas em que precisa de um mimo extra. E nós estamos cá para lho dar.

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