Vidas da Nossa Vida

 Vi os primeiros três episódios da série Por Trás dos Seus Olhos assim a meio gás, mas os últimos três são poderosíssimos. O final tirou-me o sono. Não digo mais nada para não ser spoiler, mas vejam. É brutal.

São as supostas férias da Páscoa, mas por aqui nós estamos em trabalho e os filhos mais novos no ATL das respetivas escolas de JI e 1º ciclo. Só o mais velho continua por casa, mas esta semana tem um desafio de leitura. De manhã, depois de deixarmos os irmãos, foi comigo ao supermercado e queria comprar  Cordon Bleu congelados, não gosto desse tipo de comida, e então, garanti-lhe que fazíamos melhores e ainda mais saudáveis.  2ª: Cogumelos recheados  com bolonhesa para os miúdos   e estes para nós ( *http://www.sweetmykitchen.com/2017/05/cogumelos-portobello-recheados-com-ovo.html)  3ª: Cordon Bleu caseiros no forno com arroz e salada ( http://paracozinhar.blogspot.com/2007/05/cordon- bleu-de-frango-no-forno.html) 4ª:  Beringelas recheadas com “bolonhesa” de atum, com salada 5ª: Lombinhos de porco assados no forno com batatas e legumes 6ª: Chili vegetariano com arroz basmati

 ... mas acho que a malta vai estragar tudo na Páscoa, como fez no Natal e lá se vai o desconfinamento, lá voltamos todos a estar trancados em casa, com os miúdos sem aulas, os cabeleireiros sem puderem trabalhar, os restaurantes a adiar a abertura...  Espero mesmo estar enganada, mas já recebi convites para nos reunirmos, já ouvi piadas do "continuam confinados" e à pouco quando fui ao peixe a dona da peixaria confidenciou que lhe têm pedido muito peixe de 3kg e maiores para reunirem a "família mais próxima"... Vamos ver. Por aqui, continuamos com o máximo dos cuidados e a cumprir com as regras para tentarmos manter alguma normalidade, para ver se o nosso filho do 5º ano ainda pode voltar à escola e se o meu filho que faz anos em Abril pode ter aniversário, coisa que não aconteceu o ano passado... 

Se algum dia vieres à terra é absolutamente maravilhoso e é daqueles livros que os meus filhos adoram explorar, procurar e que tem mil e uma leituras possíveis. Ontem lemos de uma ponta à outra, antes de dormir, mas era preciso ainda mais tempo para o descobrir. Recomendo. Aprovado pelos mini leitores de 5, 7 e 11 e pela não tão mini leitora mãe cá de casa.

 Comecei quase por acaso a ver esta série e tem-me prendido bastante. É intensa, apesar de não o parecer ao início, e mostra a maternidade e adolescência, as amizades, a necessidade de se sentir aceite,  e tantas problemáticas dos dias de hoje. 

 

Tinha esta jarra antiga, herdada da minha sogra, a precisar de umas flores. Todos os dias olhava para ela e pensava no que ficaria ali bem. Pedi orçamentos de flores secas, porque achei que era a melhor solução, e descobri a Saponina , uma marca portuguesa, com atenção ao detalhe, vegan, biológica e com um atendimento personalizado e muito atencioso. A fotografia não faz jus às flores, que são ainda mais bonitas ao vivo e que trazem alegria e cor ao meu quarto / escritório. Também comprei a vela (porque não vivo sem elas e para fazer o valor dos portes grátis) e cheira muito bem.

Eu sou fã da Magda, Mums the Boss , há muitos anos, desde que fui mãe do meu 1º filho, em janeiro de 2010, e adoro ouvi-la agora no seu Café da Manhã, no Instagram . Geralmente ouço quando me deito, antes de pegar no meu livro. E quando a Magda sugeriu este livro fui logo tentar comprá-lo online. E consegui. Em segunda mão, por 3€, na Livraria Solidária de Carnide . Estou cheia de vontade de o ler e prevejo umas boas gargalhadas!     

A alegria da mais nova era do outro mundo. Ainda não eram 7h entrou  no meu quarto, vestida, e disse: Não te atrases, mamã! Hoje vou voltar para a minha escola!! E não nos atrasámos, pelo contrário, mal passava das 8h e era vê-la correr, feliz, pelo portão da escola em direção à educadora que a esperava com alguns amigos, que já tinham chegado. O mano do meio foi depois, para o seu 2º ano, e ia contente por voltar a brincar com os amigos novos e confiante que hoje ia ser um dia de muita conversa!! Amo os meus filhos, amo ser mãe, ou não tinha tido três (com muita insistência e persistência depois de ter perdido outros três devido à endometriose ), mas não fomos feitos para estar confinados desta maneira, com eles privados de amigos, e recreio, de aprender com os professores, em sala de aula, e nós, pais, a ter de acumular tudo, também confinados, também privados de conviver, de estar com colegas de trabalho e com amigos, de ter outras facetas a não ser a de pais, professores e tudo o q

Espero que seja o último post de confinamento. Por aqui, tudo pronto para mais uma semana e para o regresso às aulas. A mais nova, está radiante, porque amanhã, mais de 2 meses depois, vai festejar o aniversário com a educadora e os amigos e a vela da Patrulha Pata, os balões e os ingredientes para fazerem o bolo, na sala de aula, já estão no saco. Tudo fechado e selado, com a máxima segurança. Bom regresso a todos os que voltam amanhã. Eu ainda fico cá com o mais velho, mas vai ser bem mais tranquilo. Aqui fica a ementa para os próximos dias. Vou partilhar só jantares, já que os almoços, como vamos ser só 3, vão ser sobras, wraps, sopa e tostas e outras coisas simples.

 Sugestões da Neflix, que vi estes dias e adorei. Uma série, um documentário brutal e um filme. Bridgerton The Way I See It Adú

Mesmo com este cenário, a alegria da minha filha mais nova ao saber que segunda feira volta para a escola foi maravilhosa. Tem tantas saudades da educadora, dos amigos, das rotinas, das monitoras de ATL... O filhote do meio continuava por casa sem se chatear, mas também está contente por voltar para a escola nova, onde fez amigos e descobriu a alegria de aprender num ambiente feliz e sem bullying , o mais velho, ficou num mix de sentimentos, por um lado, não se importa de ficar mais 15 dias em casa, só com os pais, mas por outro também já tem saudades dos amigos... Eu cá fiquei bem feliz! Voltar a alguma normalidade, a algumas rotinas, não ter de fazer todos os dias almoço e lanche para 5, não ter sempre barulho em casa... E, acima de tudo, fiquei feliz por eles. Esta semana foi o paraíso, aqui em baixo, com a praia do outro lado da rua, conciliando trabalho e escola, mas a maioria destes dois meses foi duríssima, fechados em 90m2, connosco cheios de trabalho, cansados, a ter de gerir

Se há vantagem no teletrabalho e nas aulas online é que esta pode acontecer em qualquer lado desde que haja um bom router. Saturados da obra de remodelação total do andar de baixo e angustiada de ver a minha filha todo o dia a ver Lucas Neto na segunda feira depois das aulas dos miúdos fizemos as malas e rumámos a sul. Foi este o cenário que encontrámos. A praia vazia. Uma temperatura de verão. Esta semana viemos confinar para o paraíso e os passeios higiénicos são feitos à beira mar com mergulhos dos miúdos à mistura. Depois de 2 meses fechados em 90m2 estes dias têm sabido muito bem. E com muito mais segurança do que em Lisboa, já que parece que o mundo acabou e somos os únicos sobreviventes. Não se vê ninguém. Ontem, às 19h20, depois de jantar, fomos fazer um passeio pela vila e não encontrámos uma única pessoa.

 

Quando começo um novo projeto grande gosto de ter um bloco novo. Estava a preparar a minha entrevista para amanhã e não tinha um caderno para estrear. Preparava-me para ir comprar, quando a minha querida amiga vizinha me ofereceu este. Lindo, a estrear. E assim também levo um bocadinho dela comigo. É giro porque a maioria dos meus blocos e cadernos de notas foram oferecidos por amigas ou pelo meu marido. Quem me conhece sabe bem que adoro papel, blocos, canetas...     

Faz um ano que o Covid chegou a Portugal e faz também um ano que deixámos de entrar com sapatos em casa. Era uma coisa que queríamos fazer há muito tempo, mas faltava-nos a determinação e a convicção para dizer: descalcem-se, por favor . Adaptámos o contar de gás (que não temos) para sapateira e é lá que ficam os nossos sapatos. Não tivemos praticamente visitas no último ano, mas quem cá veio deixou os sapatos à porta. Comprámos aquelas botinhas para os sapatos, como nos hospitais, e também tenho meias quentinhas para quando os amigos voltarem a entrar... O importante é que sapato da rua não entra! E até me faz impressão pensar que toda a vida - mesmo quando tinha filhos a gatinhar pelo chão - entrámos com sapatos da rua, trazendo todo aquele lixo invisível agarrado aos pés. O importante é que mudámos. E para melhor. E é como se o tivéssemos feito toda a vida... 

 Hoje estou a preparar uma entrevista que vou fazer amanhã para um novo projeto que me vai ocupar os próximos meses. E estou entusiasmada porque é um novo projeto, mas estou num excitex porque vai ser presencial!! Com cuidado, máscaras e distância, mas sem ser via zoom... Tenho tantas saudades de estar com pessoas e este trabalho pede presença, cara a cara, conversar sem ter um ecrã à frente. Estou mesmo contente! Há alguns anos que trabalho muito em casa, mas sempre me arranjei e pintei e pus acessórios como quando ia trabalhar para uma agência ou produtora. E o mesmo acontece em confinamento. Mas uma entrevista, uma reunião de trabalho exige sempre mais cuidado e estou toda entusiasmada com o dia de amanhã. Vai saber sair de casa. O facto de ser sábado, não me faz diferença nenhuma. Como freelancer há muito que trabalho aos fins de semana sempre que necessário. Tenho uma grande vantagem. Adoro os trabalhos em que me envolvo e que desenvolvo. Sou uma sortuda. Não tenho a segurança de

Percebes que bateste no fundo quando (depois de uma semana ainda mais atolada em trabalho para concorrer a um projeto) a tua filha de 5 anos te diz: quando fores à lavandaria eu vou consigo e brincamos! Tem sido o nosso programa... a roupa seca e nós jogamos à bola na rua. Abracei-a. Por estes dias nem tempo para a lavandaria e ela diz: mas sabes o que é eu queria mesmo? Era voltar para a minha escola. Voltei a abraçá-la. Tem sido uma campeã. O que tem valido é a nossa amiga em bolha, onde ela vai brincar... Mas tem de ser em doses curtas porque explicam e pegam-se... estamos todos exaustos, é o que é... e às vezes penso que se aqui não é fácil, nem quero imaginar em casa onde há frio, fome, falta de amor...

Por sugestão da Mum's The Boss, num workshop que fiz com a Magda sobre adolescentes vi o filme Beautiful Boy e é maravilhoso. É um murro no estômago, é uma história verídica e o que guardo de mais intenso eram os abraços bem apertados, que toda a vida, aquele pai e aquele filho davam um ao outro. Um filme cheio de amor e de dor e que a mim, como mãe, me deixou com o coração apertado a pensar na adolescência dos meus 3 filhos e das escolhas que farão.