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A mãe é uma seca



No carro, a caminho de casa depois da escola.
Filho grande: Mãe, podemos ir ao Lidl comprar donuts? (os meus filhos são doidos pelos donuts do Lidl, aqueles que estão na zona do pão fresco da padaria deles).
Mãe: Não. Porque depois não jantam.
Filho grande: Mãe, podemos ir andar de bicicleta?
Mãe: Não, que está imenso vento. Olha ali aquela árvore, estás a ver como abana com o vento?
A mãe é uma seca. Não, não e sempre não! Não estou a gostar da tarde! 

E é verdade, às vezes as mães são mesmo uma seca. Era tão mais simples se os deixássemos fazer tudo o que eles querem. Empanturrem-se com donuts (bem mais barato do que dar-lhes carne, peixe, fruta e legumes), andem ao vento e à chuva, vejam televisão à noite até cairem no chão de sono, não lavem os dentes, não comam a sopa nem fruta, encham-se de gomas coloridas, não tomem banho, não sequem o cabelo e vão deitar-se com o cabelo ainda molhado, andem descalços na pedra fria, joguem playstation de manhã, à tarde e à noite... Era tão mais fácil, não era? Mas não éramos pais. Éramos os piores inimigos que os nossos filhos poderiam ter. Eles iam gostar, mas depois iam perceber que nós njão gostávamos deles, que não queríamos saber... Sim, sim, faz o que queres e não me chateeis. Iam perceber que não os protegíamos. Felizmente não vamos saber o que eles pensariam porque estamos aqui para fazer o trabalho difícil. Para educar, para estabelcer balizas. Claro que é óptimo às vezes trangredir as regras, pmas isso também só é possível quando existem regras para serem transgredidas.

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