Descobri este livro aqui e quero trazê-lo para casa porque me parece muito bonito e com uma abordagem muito interessante de um tema muito triste, mas tão presente. Afinal, a morte faz parte e de vez em quando perdemos alguém que amamos.
A última pessoa querida que eu perdi foi o meu avô em Janeiro de 2013. Amava-o com todas as forças que uma neta tem para amar um avó, que tinha sido um pilar na sua vida, mas perdi-o uma semana depois de uma amiga minha ter perdido uma Leonor de 4 meses e a morte do meu avô pareceu-me um processo natural, o fim de um ciclo, enquanto a morte da filha da minha amiga me parecia irreal e completamente anti-natura! Nenhuma mãe deveria perder os filhos! E eu estava grávida e só queria proteger o meu filho mais velho e o que ainda tinha na barriga.
Claro que chorei a morte do meu avó e sinto imenso a sua falta - e olho para a minha avó e sinto que uma parte dela foi com o meu avô - mas é como vos digo, aceitei bem a morte do meu avô, aos 90 anos, depois de uma vida cheia (de coisas muito boas, voas e más), depois de um ciclo, depois de saber que o seu percurso tinha chegado ao fim e que o seu corpo velhinho e cansado tinha de descansar.
Já falei diversas vezes sobre a morte com o
meu filho mais velho. A primeira vez, tinha ele acabado de fazer 3 anos,
foi quando o meu avô morreu. Ele sabe que o bivô está nas
estrelas (como ele diz) com o meu pai e com o pai do pai. De vez em quando fala,
pergunta... Mais recentemente fala da nossa morte e das saudades que
vai ter de nós. Fala do sermos velhinhos "e vou continuar a adorar-te,
mãe, mesmo quando fores muito velhinha...
Apesar de já termos falado da morte, nunca lhe falei de
crianças que partem cedo demais, nem quando a minha amiga I. perdeu a
sua Leonor aos 4 meses. Não tive coragem. Achei que era demasiado duro e
prefiro que por agora ele continue a acreditar que a morte chega com a
velhice e como um adeus a uma longa e feliz vida.
Planeta Tangerina Para onde Vamos quando desaparecemos | Isabel Minhós Martins · Madalena Matoso |
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