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Ensinar para a igualdade



Ontem o meu filho mais velho disse: não gostei dela porque ela era preta. E de todas as crianças do mundo era a última criança que eu achava que poderia dizer isto. Foi sempre educado na diversidade e nunca lá em casa ouviu algum comentário racista, tem um primo adolescente (adoptado) que é preto e que ele adora de paixão, desde que nasceu que a Maria, a nossa empregada cabo Verdiana, é uma terceira avó para ele, adora a neta dela com 4 anos que de vez em quando vai lá a casa brimcar com ele e na escola, um dos melhores amigos é mulato. E de onde veio isto agora? A minha irmã, que jantava connosco, deu um salto e disse que ele não podia dizer isso. Porque é que ele estava a dizer aquilo. E ele responde: sou assim. Esta resposta angustiou-me. Detesto rótulos e esta foi a maneira que ele encontrou para responder, porque não tinha outra resposta. Foi uma certa defesa. Falámos do primo e ele respondeu: mas ele é meu primo, gosto dele. E a Maria? Eu conheço-a bem e gosto dela… e lá chegámos à conclusão que o problema não era a cor da pele, mas ele não perceber o brasileiro que ela falava. O meu filho ficou aflito com a conversa à mesa, com toda a gente a dizer não se diz, não se faz, é feio… À noite, com calma, no mimo de boa noite, disse-lhe que ele sentia o que queria, e não tinha de ter vergonha dos sentimentos dele, e que os poderia partilhar sempre connosco, mas que somos todos diferentes por fora, mas todos iguais por dentro. Uns são pretos, outros são gordos, outros usam óculos, outros são chineses, magros ou loiros, uns têm pele clara e outros são super morenos como o mano  … É normal recear o que não conhecemos, mas temos de dar oportunidades às pessoas para as conhecermos e elas nos conhecerem a nós. Uma destas noites, vou ler-lhe a história do patinho feio para voltar a tocar neste assunto, subtilmente. 


E vou comprar este livro "Tudo o que nós sentimos" para falar com os meus filhos sobre os sentimentos. É importante saber lidar com os nossos sentimentos e gerir os sentimentos bons dos menos bons. Acho que vai ser uma leitura importante.


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