O meu piolho mais velho tem
andado muito carente. E ontem, numa das 10 vezes que se levantou depois do ter
deitado, dizia-me assim: é que tu já não
brincas comigo como brincavas antes do mano nascer... (E hoje de manhã
voltou a dizer o mesmo, com uns olhinhos chorosos a olhar para mim). E é
verdade que o tempo exclusivo para ele diminuiu, é verdade que eu sou só uma e
eles são dois, que as horas do dia não esticam, que estou atolada em trabalho
numa semana em que não os consigo ir buscar à escola todos os dias, mas também
é verdade que tento dar-lhe momentos de mimo em exclusivo, que tem sempre a história
da noite, num momento só nosso. Mas também sei que quanto mais engraçado o mano
está, mais o mano grande se ressente. Ele aceitou lindamente a chegada do mano,
nunca teve ciúmes nem fez cenas, adora o irmão e é o ídolo dele, mas às vezes
reclama a nossa atenção, o nosso mimo, quer ser o nosso bebé. Todas as noites
quer que eu ou o pai fiquemos com ele até adormecer, levanta-se vezes sem conta
até nós nos zangarmos à séria com ele e aparece na nossa cama. Ontem, tínhamos
acabado de apagar a luz quando ele apareceu lá no quarto, eu disse, oh, filho,
mas já? Vou dormir toda torta… Pelo menos vai buscar a tua almofada… e ele, a
dormir em pé, no meio da escuridão, lá vai enquanto diz com voz de sono: estão-me
a fazer andar para trás e para a frente… Eu e o meu marido rimos tanto, e ele
lá volta para se deitar ali ao meu lado, a pedir o mimo da mãe… Está mesmo a
precisar de um mimo e atenção especial, o meu bebé grande!
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