Partiu ontem a querida M. mãe do meu querido compadre Pedro e avó da querida madrinha da Francisca... Não era avó dos meus filhos, mas eles tratavam-na por avó. Já tinha passado os 90 anos e partiu em paz... Esteve muito bem até há pouco tempo, altura em que ainda estivemos com ela nos seus "banquetes" de domingo, como lhe chamou ontem o meu filho grande. Os "banquetes" de domingo não eram mais do que simples lanches ajantarados onde a M. reunia os 5 filhos, noras, genros, netos, netas, maridos das netas... E nós, apesar de não sermos família de sangue, estávamos muitas vezes nesses "banquetes" de domingo. A M. gostava muito de nós, adorava os meus filhos, que lhe invadiam a casa com rebuliço, e eles retribuíam sempre a ternura. A M. nunca obrigou a dar beijinhos à chegada, que é algo que atormenta o meu filho Afonso, mas era certo que à saída recebia sempre beijos e abraços... Ontem soubemos que tinha partido em paz. Quando contámos ao Alexandre que íamos ao velório ele quis logo ir. "É a mãe do meu padrinho. Eu quero ir." Mais tarde, perguntou: "Nunca mais vamos ter os banquetes de domingo?" Todos se comoveram com a ternura do meu filho e já estão prometidos "banquetes" de domingo em memória da M. Foi a sua primeira ida a um velório. Não queria que ele entrasse na capela mortuária, mas ele fez questão. A M. estava tapada e por isso deixámos que ele fosse. Estava curioso com tudo, como é natural. Emocionou-se com as minhas lágrimas. Distribuiu abraços bons a quem estava triste. E o meu querido compadre gostou de o sentir lá, de o abraçar, e de saber que o seu afilhado guardará na memória a sua querida Mãe e os "banquetes" de domingo. Porque enquanto a memória da M. perdurar nos mais pequenos, a M. ficará sempre connosco.
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