Em Agosto reservamos sempre duas semanas de férias na casa do Algarve que era dos meus sogros. Apesar da casa não ser pequena não dá para irem todos os irmãos, cunhados e sobrinhos ao mesmo tempo e ficou decidido que haveria um calendário para que cada família marcasse e gozasse as suas férias em paz. E tem corrido tudo muito bem, cada um de nós tem tido a casa sempre para si e para os seus, sem grande reboliço... Na Páscoa, fins de semana e outras alturas costumamos "misturar-nos" mais, mas no verão geralmente íamos separados. A questão é que os primos direitos também querem estar juntos nas férias... E então, este anos, vamos partilhar uma das semanas com uma das minhas cunhadas e o filho dela, o sobrinho M. de 6 anos, o primo do coração dos meus filhos... Mas nem sempre é o ideal de férias, confesso... Ritmos diferentes que têm de ser ajustados, opiniões diferentes... Eu sou mais rígida com as horas de exposição ao sol, com as rotinas, sou sou super organizada com as refeições, gosto de ter tudo controlado, da casa arrumada, do jantar na mesa a horas... Damo-nos muito bem, passamos imensos fins de semana juntos, gosto imenso desta irmã do meu marido e do marido dela, que é o cunhado mais fixe e divertido, mas às vezes uma semana inteira de férias em conjunto não é fácil... Mas a alegria dos meus filhos por estarem com o primo, o convívio entre eles, a brincadeira e a construção de memórias afectivas conjuntas tem de ser mais importante do que alguma comichice da minha parte... E família é mesmo isto, temos de nos adaptar, saber conviver com as nossas diferenças... se bem que às vezes é mais fácil quando estamos todos em casas separadas... é nestas coisas que acho que estou a ficar velha...:-)) Uma das cunhadas da minha sogra, que é nossa vizinha de verão, conta, com graça o tormento que eram os Verões dela quando a antiga casa de férias lá no Algarve era partilhada com a minha sogra e os 7 filhos dela... Eram os dois casais, mais 10 crianças... E esta tia do meu marido vinha de uma família alemã, só dois irmãos, e muita rigidez, e viu-se no meio de uma família Algarvia e espanhola, onde a porta da rua estava sempre aberta, onde os que lá viviam mais os sobrinhos das casas do lado entravam e saíam, numa liberdade de um Algarve que já não existe... Ela conta, hoje a rir, que às vezes quando ia levar o jantar para a mesa, já tinham comido tudo... entre a corrida da cozinha para o pátio da casa, ligado a casa de outros tios, iam levando croquetes ou o que fosse à passagem... Por isso, nem me posso queixar muito! Esta tia diz com graça que quando terminava o mês de Agosto e regressava ao seu trabalho, era o dia mais feliz do Verão... E vocês como fazem? Preferem o vosso espaço ou gostam do rebuliço?
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