A manhã de hoje foi muito especial para o meu filho mais velho. Quando acordámos perguntei-lhe (depois de discutido o assunto com o meu marido) se ele queria ir ao pão sozinho. Disse logo que sim! Ficou radiante. Perguntei-lhe que cuidados teria que ter. E ele disse: Tenho de ter atenção às garagens para ver se não sai nenhum carro; Não posso falar com ninguém que não conheça e não posso aceitar guloseimas de pessoas estranhas. Foi-se logo vestir e demos-lhe o dinheiro que sabíamos que ia precisar. E lá foi ele. Eu e o meu marido olhámos um para o outro e achámos que seria bom o meu marido descer atrás dele e ficar a vê-lo na rua. E lá foi ele. E o meu filho grande foi e voltou trazendo o pão (só se enganou na qualidade do pão, que tínhamos pedido pão de sementes e ele trouxe carcaças: foi de ser a primeira vez! para a próxima não me engano). Estava tão orgulho. A senhora do café, que nos conhece bem, disse-lhe que ele estava muito crescido por ir ao pão sozinho e ele disse que respondeu que era a primeira vez (imagino eu, todo orgulhosos). E assim se vão dando pequeninos passos rumo à autonomia, e é muito importante para eles sentir que lhes damos estes votos de confiança, porque é sinal que confiamos neles e acreditamos que eles são capazes. Sei que temos amigas que nos vão achar loucos varridos, mas eu e o meu marido acreditamos que temos de criar os nossos filhos para viverem no mundo, e não fechados numa redoma dentro de casa super protegidos e patós. O importante é ensiná-los, explicar-lhes os perigos, orientá-los, preveni-los, dar-lhes instruções claras ( ele sabia que se não houvesse pão teria de voltar para casa e não poderia atravessar a estrada para ir à padaria portuguesa) e prepará-los para o mundo. Claro que nos afligem todos os perigos que existem, mas não os podemos criar com medo. Nota: A nossa casa e o café onde ele foi comprar pão ficam no mesmo quarteirão, não sendo necessário atravessar estradas.
Comentários
Enviar um comentário
Gosto de saber o que as outras vidas têm a dizer sobre isto!