
Não era suposto os meus filhos terem ido ao velório da tia do meu marido que morreu. Estavam todos fora da igreja a brincar, supervisionados por uns tios, mas claro que a curiosidade do meu filho mais velho foi mais forte e entrou pela igreja, noite adentro. Os irmãos e os primos seguiram-no e lá estava a tia, caixão aberto, apesar de tapado o rosto. O meu filho do meio, sempre emocional, ficou perturbado e à noite, quando se deita, relembra a cena e chora, muito aflito, afligido pela morte. Já lhe explicámos que a morte faz parte do ciclo da vida, que a tia era velhinha e que teve uma vida linda e muito preenchida com filhos, netos, muitos irmãos, dezenas de sobrinhos, dezenas de sobrinhos netos e bisnetos... É preciso ir falando da morte e explicar quando acontece aos mais velhinhos, com vidas muito preenchidas, foi o ciclo natural... mas todo o cenário o impressionou. É normal. Nunca tinha ido porque a morte mais recente que tivemos foi da filha dos nossos amigos, da pequena C. com 3 anos, e nessa altura mantive-os longe de todas as cerimónias, as mais duras e tristes em que alguma vez estive e espero nunca mais voltar a estar. Há um livro muito sobre a morte, mas ainda não está publicado em Portugal, que é
O Pato, A Morte e A Tulipa.
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