Estou tranquila. O meu querido avô partiu em paz. Vi-o ir-se apagando esta semana, cada dia pior e sei que foi o melhor para ele. E apesar de até estar calma e tranquila, muitas são as emoções dentro de mim. Nunca o meu filho Afonso se mexeu tanto dentro da minha barriga. Os filhos sentem tudo o que as mães sentem e o Afonso sente a tristeza da mãe. Apesar de ter sido o melhor para o meu avô, custa saber que nunca mais vamos ver uma pessoa que amamos. Quando o meu avô ainda estava bem ligava-me todos os dias, só para dar um beijinho. Mesmo nos últimos meses, que já estava mais apático, quando eu ligava e a minha avó perguntava se ele queria falar comigo, dizia sempre que sim. Vou ter saudades. Foi um grande avô, contava-me histórias para adormecer, punha-me Vick quando eu estava doente, levava-me a assistir às aulas dele quando eu era apenas uma criança de 5 ou 6 anos e eu sentia-me super crescida e especial. Cresci com ele. Os meus pais viajavam muito e eu passava longas temporadas com os meus avós. Fui a primeira neta. A princesa dos seus olhos. Dava-me chocolates e mais tarde dinheiro às escondidas para eu ir sair ou para a gasolina. Esteve no meu casamento onde dançou com a mulher da sua vida, a minha querida avó, pegou no bisneto quando ele nasceu e soube que o Afonso estava a caminho. Morreu em casa com a mulher e a filha. Foi para o Céu. É o que eu vou oportunamente dizer ao meu filhote. E eu quero acreditar que sim. Que hoje no Céu há mais uma estrela. O meu querido avô que se vai juntar a outras estrelas que fazem tanta falta, mas que nos guiam o caminho e iluminam os que mais amam. Obrigada a todas pelas mensagens e emails. E agora vou dormir que amanhã é um longo dia com viagens para a Beira. E eu já me canso com mais facilidade e hoje estou emocionantemente exausta.
Beijinho grande...
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