Ontem fui levar o meu filho mais velho à aula de piano para conhecer a professora nova, que tinha regressado de licença de maternidade. E ela disse-me muitas coisas, que me deixaram com baba de mãe, mas disse uma muito interessante: Ele é muito curioso, quer saber tudo, quer respostas e é ávido por conhecimento e por saber. E eu disse que em casa sempre estimulámos muito a curiosidade e não há perguntas proibidas. As respostas é que se adequam à idade. E nem de propósito, ontem à noite, na nossa história de deitar, cujos protagonistas são o avô, a avó e os quatro netos (histórias de boca inventadas por mim) ele pergunta:
Filho: porque é que o bivô morreu tão novo?
Eu expliquei que o bivô não morreu novo, morreu com 89 anos. (ele lembra-se bem, na altura tinha 3 anos, e eu expliquei-lhe muita coisa sobre a morte. Devem encontrar posts em Janeiro de 2013)
Filho: e morreu porquê?
Eu expliquei que ele estava cansado, tinha partido um osso da bacia, expliquei onde era, e que quando os velhotes caem e partem ossos a recuperação é complicada e que o bivô estava cansado e que queria descansar, já não tinha forças e estava na hora de ir para o céu, para junto do Jesus.
Até aqui, nada de novo. Já tínhamos falado sobre isto.
Filho: e foi como? desapareceu por magia?
Eu não queria entrar em pormenores. Era de noite, estávamos às escuras no quarto dele e eu não queria transformar a história da noite num filme assustador. Mas ele precisava de uma resposta e eu não ia mentir. Então, disse-lhe que o corpo, que já não sentia nada, ia dormir para debaixo da terra, como as sementinhas que plantamos para nascerem árvores...
Ele riu. Ah! Devem haver minhocas que não comer a roupa do bivô! Oh, mãe! A esta hora o bivô já deve estar nu! E ria.
E lá voltámos à história da noite... E não houve pesadelos. Não sei se graças à minha explicação ou ao Atarax que ele toma à noite para as alergias e que o faz dormir como um santo.
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