O meu filho mais velho sempre quis ser crescido. Aí de quem o chame de bebé que responde logo com um já tenho 3 anos! Deixou a fralda num só dia antes dos dois anos e meio, não usa babetes há séculos, usa garfo e faca e pratos como os nossos. Desenrascado como tudo, mas tinha um grande amor de bebé: a chucha. Ou melhor, as chuchas. Eram 3 no passado, mas ultimamente só duas. Um vício, um conforto. Na creche há um ano que já não usava nem tinha, mas para dormir em casa continuava a não querer deixar: eu gosto tanto das minhas chuchas, mãe. Tentou duas vezes sem sucesso e eu não insisti. Ia falando no assunto, mas sem criar grande pressão. Até porque há 5 meses e meio nasceu o mano e achei que não era boa altura. Mas estava prometido um beyblade, mas ele dizia sempre: outro dia, mãe. Mas hoje de manhã decidi nova táctica e disse-lhe que lhe ia comprar um beyblade, que ia ficar em casa para ele ver até deitar a chucha fora. Disse logo que sim e que já era crescido. Quando o fui buscar perguntou se tinha comprado o beyblade e ficou num excitamento. Em casa viu a embalagem e pode tocar. E não era um beyblade qualquer. Era um beyblade dos dinofroz, um desenhos animados que ele adora! Uma loucura! Combinámos que depois da primeira noite sem chucha receberia o beyblade, mas teria de deitar fora as chuchas. Vou cortá-las com a minha tesoura. E assim fez, dando um grito de guerra: eu tenho bravura!!! Disse que ia ter saudades das chuchas, mas deitou-as fora já decapitadas. Isto foi há 2 horas. E 2 horas foi o que ele demorou a adormecer. Um nervoso. O coração a bater depressa. Saltava da cama e ia à casa de banho. Dava pinotes na cama. Chamava por mim. Pedia mimo, dizendo que já era crescido... Uma dualidade, coitadinho. Quer e sabe que já é um menino grande, mas ainda é pequenino. Ajudei-o a acalmar. E reparei no dedo indicador na boca. E uma onda enorme de amor encheu-me um peito. Hoje é uma noite difícil para ele. É uma noite de teste. É uma noite de mudança, de uma mudança que ele quer que aconteça. Mas é uma noite difícil e de ansiedade. E agora vou lá ver se ele já dorme e dar-lhe mais um beijo. Porque como ele disse, o meu filho tem bravura!! E foi um acto de bravura destruir uma coisa tão preciosa. Espero do fundo do coração que ele ultrapasse rapidamente esta fase e olhe para a chucha como algo do passado. Boa noite, filho lindo do meu coração.
Uau, que crescido, que corajoso!
ResponderEliminarO meu, há uns seis meses mais ou menos, num acesso de raiva atirou com a chucha quando foi à procura dela já não a encontrou... A coisa também estava difícil e nós também não insistíamos, mas depois aproveitámos aquele momento, e como foi ele que a a atirou nunca reclamou e hoje já nem se lembra.
Mas uma coisa assim consciente e a requerer um esforço desses é fantástico. Parabéns!