Espero que amanhã não haja greve dos comboios. Preciso, desesperadamente, que a minha querida mulher a dias venha trabalhar. A minha casa tem saudades dela e eu também. Não há nada como chegar a casa nos dias em que ela vem. Tudo cheira a limpo, está arrumado e organizado. Claro que bastam poucas horas para o meu filho - e o meu marido, também - virar tudo de pantanas, mas não faz mal. A casa é para ser vivida e assim sempre vou dando trabalho à minha G. enquanto ela não acaba o mestrado em Direito e regressa a Angola. Admiro muito a G. Quando começou a trabalhar em minha casa era uma miúda que andava no liceu, ao mesmo tempo que trabalhava. Depois foi para a faculdade. Este ano acaba o curso, mas vai logo meter-se no mestrado. Nos tempos livres trabalha a dias. E é um gosto vê-la. Faz tudo impecavelmente bem, basta dizer as coisas uma vez e não temos de repetir, é inteligente, não tem vergonha do trabalho que faz e fá-lo com dignidade. Se todas as pessoas fossem como ela, empenhadas, determinadas, honestas e competentes, Portugal seria um país melhor, não tenho dúvidas. Ela é um exemplo. No meio disto tudo ajuda a irmã que ficou viúva aos 20 e poucos anos com dois filhos para criar. Vou ter muitas saudades dela, quando ela regressar a Angola, mas fico a fazer figas para ela receber tudo de bom desta vida. Ela merece.
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