As crianças aprendem por empatia. As crianças aprendem e têm vontade de estudar quando estão felizes, quando se sentem queridas e integradas. As crianças aprendem quando se sentem motivadas. Como já aqui partilhei no 1º ano do 1º ciclo o meu filho do meio deixou de querer ir à escola, deixou de querer estudar, pegar num caderno era um drama, chorava, gritava, esperneava que não queria estudar, que nunca mais queria ir à escola, ficava com diarreia todas as manhãs... O meu filho tinha um colega na sala, de quem até se tinha tornado amigo quando começou o ano letivo, que o agredia, que lhe batia, que não o deixava brincar com mais ninguém, que batia nos outros meninos e que depois usava o meu filho - mais alto - como escudo. E o meu filho ficou doente, não aprendia, não conseguia passar o portão da escola. Descobrimos o que se passava com a ajuda de uma psicóloga. Na semana seguinte veio a pandemia e o meu filho ficou em casa. Tinha aulas via zoom num grupo diferente do outro rapaz - a escola e o grupamento foram informados e soubemos que aquela criança vive num ambiente violento, para ele amizade é violência. O meu filhote começou, aos poucos, a estudar comigo. Foi difícil, mas conseguimos. Falámos com a direção do agrupamento e conseguimos transferir o nosso filho. No primeiro dia ia com medo, mas aos poucos, percebeu que a escola é fixe, que a escola é onde se aprende e onde se brinca, onde apesar da pandemia e dos constrangimentos, é possível ser feliz e estar com os amigos. Gosta da professora, adora a turma, nem preciso de lhe dizer para fazer os trabalhos e o resultado está a ser maravilhoso, porque não só tenho uma criança feliz como uma criança motivada, que nestas avaliações do primeiro período teve Bom a tudo. A psicóloga diz que ele está resolvido com o que aconteceu, que está lá, que não esquece, que o fez sofrer muitíssimo (até porque ele tinha feito a creche e o jardim de infância numa IPSS onde tinha feito muitos amigos, que ainda hoje tem, onde tinha sido super feliz), mas que está a sarar e a seguir em frente. E não há nada melhor que ver os nossos filhos felizes.
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